quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Luar Refletido pelo Brilho Solar (Conto)

    - o que foi?
    - não sei o que se passa em meu ser!
    - mas o que aconteceu com você? Não posso ajudar se não souber o que se passa com os seus temores. Não posso imaginar as situações de tormento que faz de você um ser triste e sem palavras para tentar descrever o real motivo de sua melancolia.
    - mas quem disse que você é a pessoa que eu preciso para resolver os meus problemas. Quem disse que você é capaz de encontrar as possíveis soluções para minha melancolia! Você não passa de um mero reflexo de sentimentos que perpassa minha imaginação. Sua existência é uma obsessão de prazer e tortura diante de minhas escolhas. Não faça desta situação algo mais triste para minha pessoa. Sei o que se passa em meu ser! Sei  o que não se passa  em meu ser, então me faça um favor: não me fale o que eu tenho que fazer, ou o que eu tenho que pensar, o que eu tenho que escolher; só me faça uma única coisa: me faça ver que sua existência é uma mera realidade imaginada por minha mente. Minha querida e apaixonante Ilusão, não me perturbe com suas conversas delirantes. Sei o que eu sou! Sei o que quero!
    - meu amigo melancólico! Se você soubesse as escolhas de suas palavras, ou melhor, as escolhas de seus sentimentos refletidos em suas palavras, você saberia que suas escolhas não passam de reflexos diante das verdades que você imagina vivenciar. Se quero ajudar-te é porque faço dessa minha escolha uma possibilidade para conhecer o real sentido de seus sentimentos. Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
    - que tipo de pergunta é esta! O que você quer comigo? Por que não me deixa em paz! Sei o que quero! Sei vivenciar as escolhas de minha melancolia.
    - meu querido melancólico! Por favor, me responda! Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
    - você é a pessoa mais cruel que já conheci nesta minha mera existência. Sua repugnância me consome de ódio por sua pessoa. Como um ser que se diz possuidor da beleza refletida pelo sol, poderia atormentar a alma de um ente desconsolado. Sua pureza se mistura na mais pura vermelhidão de morte que você possa criar.
    - não sei por que tanta repugnância diante de minhas palavras! Por que minhas palavras incomodam tanto assim sua mente diante de uma pergunta tão simples para suas escolhas de vida. Você me expurga na imagem de minha própria beleza. Meu querido Melancólico, não faça desta nossa conversa uma tortura para sua alma, que ainda não soube viver o real sentido de uma imagem criada no próprio olhar.
    - então ta! Desisto! O que você quer?   
    - quero que você me responda a pergunta que te fiz: Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
    - mas antes preciso saber quem é a lua!
    - como assim você precisa saber quem é a lua! Isso não faz sentido algum! O que foi que aconteceu com você?!!! Será que a desilusão foi capaz de destruir a imagem de escolhas que construía sua mente, seu pensar a cada dia! Meu caro Melancólico, se você não for capaz de encontrar os sentidos das palavras, não será capaz de ler o seu problema.
    - quer saber de uma coisa: vá a merda você e suas perguntas! Não quero saber de nada. Não preciso de um ser egocêntrico, que faz da minha vida uma coisa mais inútil para minha existência. Não preciso de uma merdinha, que é você, me dizendo o que sou ou o que não sou. Se eu não soubesse a realidade de minhas atitudes não saberia escolher as palavras para falar-te. Então, deixe-me sem sua presença por minha própria existência.
    - que sua vida seja bem feliz...
.....



    - o que foi?
    - não sei o que se passa em meu ser!
    - certo dia pude vê a situação que você passava diante de suas escolhas! Pude concluir que você era capaz de tomar a escolha certa diante de um passado vivido e revivido por suas lembranças. Agora você não consegue encontrar a solução para estas lembranças! Você vai fazer o seguinte: se colocar diante do espelho e pergunta para ele se você conhece a imagem que estar diante de si mesma.
    -  o que pode acontecer?
    - a realidade de suas escolhas  fará você enxergar o quanto a solidão de seu dedicar-se o deixou cego diante de sua própria vida. A cada escolha tomada diante de seu reflexo era uma perda de luar que perpassava o seu ser. Um luar, que a cada reflexo solar fazia de você uma mente preparada para as virtudes desvirtuosas da mente capaz de pensar.
    - sabe o que vai acontecer com você e comigo!? Iremos nos perder diante de tanta prolixidade de ver a vida de uma pessoa como um parasita que pode ser estudada e avaliada por uma mente que se diz superior as outras pessoas.
    - isso não entra em questão! Estamos falando de outra coisa.
    - sob o que estamos falando?! Não estamos falando sob nada!! Você quem tenta estabelecer o que é e o que pode ser. Você tenta imaginar a realidade das pessoas como possibilidade de possibilidades que podem ser tratadas e reavaliadas.
    - então o que eu devo fazer diante de você?
    - me beije!!
    - você ta ficando louco! Sou o símbolo da beleza solar. Não posso me envolver com a realidade de seus desejos!
    - você não pode se envolver com a realidade de meus desejos, mas pode se envolver com as realidades de minha imaginação?!!! Você é uma pessoa hipócrita! Só estabelece o real diante das coisas que convém para suas lembranças. Não posso me envolver com uma pessoa que não sabe ver a própria fraqueza na fraqueza dos outros.
    - mas eu te amo!
    - me contenho para não rir de dor, diante de sua própria ilusão.
    - não faça deste meu sentimento um lixo para suas escolhas. Sei que você ainda me ama e quer estabelecer esta paixão como a única existência de nossas lembranças.
    - o que aconteceu com você? Por que você faz isso com o meu amor. Por mais que você possa me amar, sei que sua paixão não será capaz de amar as lembranças que tenho de seu futuro. Não posso continuar amando a pessoa que me torna a luz de seu próprio caminhar. Não posso amar a realidade de uma paixão que consome os raios de beleza estrelar. Não posso fazer de minha vida uma busca imaginaria na possibilidade de tentar ser feliz. Não posso viver na esperança de um futuro, onde minha espera seria a luz de minhas escolhas mal selecionadas.
    - mas quem disse que você não será feliz ao lado de suas escolhas diante de suas dúvidas?
    - mas não to falando em ser feliz ou não, me refiro a busca do encontro do seu ou do meu próprio prazer!
    - mas que prazer seria este?! O que você quer dizer com todas estas dúvidas?!
    - você não pode jogar a realidade de meus sentimentos diante de minhas escolhas!! Você não pode jogar a realidade de meus prazeres diante de seus desejos!!  O que eu quero é beijá-la. Simplesmente beijá-la! Sentir o sabor de seus lábios envolvendo-se aos meus na pura realidade de um encontro no impossível ser que não sabe sentir o sabor do primeiro beijo. Minha linda e querida Ilusão!! Não faça de minhas palavras uma tentativa melancólica de encontro entre os meus desejos e suas escolhas.
    - mas nada posso fazer diante disso!! Amo-te, mas não quero beijar-te! Amo-te, mas não quero me perder diante de seus lábios!!
    - mas você não vai me beijar. Não quero que você me beije!! Não quero sentir o sentir de seu beijar. Quero sentir o sabor de seus lábios na ilusão de um beijar que somente a mente será capaz de sentir. Quero fazer de seus lábios uma possibilidade de um desejo, onde ao tocá-lo não toco, pois o sentir de seu beijar é apenas uma busca de tentar entender e sentir de seu querer diante de meu querer.
    - não estou conseguido entender o que você quer?!!!
    - você não precisa entender nada! Só precisar olhar e ver que o sentimento te amor que você diz ter por mim, não passa de um jogo de mentiras criada e recriada por seu brilhar. Você, sempre começa com uma pergunta: “o que foi?”. Esta pergunta é o início de tudo!!!
    - tudo!! O que seria este tudo?
    - você não tem escrúpulos. Faz sempre o que quer. Não respeita o sentimento de dor, magoa e tristeza, que uma pessoa é capaz de desenvolver diante de seu próprio reflexo de existência amorosa.
    - mas eu....
    - por favor!! Não fale nada, apenas tente se encontrar com as palavras que perpassa a sua mente. Se um dia você conseguir ver estas palavras, faça delas um juízo de valor para suas escolhas.
.........
    - o que foi?
    A vida é uma arte que poucos são capazes de compreender. A natureza desta arte não pode ser apagada por um passado não encontrado pela arte traiçoeira de amar. A vida: uma arte esculpida por um amor desconhecido, mas muito presente na manifestação de querer ser possuída sem o mínimo pudor, não pode simplesmente se apagar.
    - oi!
    - não posso falar com o motivo de minha profunda melancolia!
    - mas...
    - não! Por favor! Não queira explicar a realidade de uma vida. Não justificar suas atitudes ou tentar aliviar o grande sentimento de culpa que esculpe as palavras em minha razão.
    - você não pode se culpar!
    - por que não? Você não sabe o que estou sentindo. A vida! A fantasia de viver se encontra em minha existência. Como não poderia me culpar de tamanha desilusão.
    - sei que suas atitudes não foram as melhores possíveis, mas também sei que não foi sua intenção deixá-la magoada.
    - como você pode afirma isto! Você não me conhece o suficiente. Por favor, vá embora, não faça desta nossa conversa algo ainda mais tristonho para mim.
    - a tristeza que lhe perturba não passará com minha simples ausência. Não lhe conheço como gostaria, mas me dê à oportunidade de fazer do seu mundo algo presente em meus pensamentos. A vida de uma pessoa não é há única existência solitária no mundo, mas o reflexo de muitas realidades presente em um ser.
    - você pode ter razão, mas me responda: a magoa, o sentimento de arrependimento, pode ser extinto enquanto este mesmo sentimento não for perdoado? 
    - por que palavras tão perturbadoras? Por que não procurar ver este sentimento como uma brisa, sabendo que um dia passará.
    - falas com uma certeza de que tudo ficará bem!
    - por que não acreditar que a magoa é um simples sentimento que a circunstancia da vida nos apresenta como uma oportunidade para um crescimento pessoa!?
    - foi ela! Ela! Não posso, não consigo. Ela sempre estará lá, fazendo de suas palavras um mundo que agora faz parte de minha vida. Se você soubesse, talvez me compreendesse.
    - saber o que? O que sei não é o suficiente para compreender sua dor? Se o que sei não é o suficiente, então...
    - pare! Você não pode querer saber o que se passa em minha mente. Minha dor é uma realidade causada por tua irmã. Amá-la, senti-la, endente-la, foi uma vida. Não consigo pensar como fui capaz de magoá-la, como fui capaz de retirar dentro dela a manifestação de minha mais profunda paixão. Não consigo mais ver aqueles olhos verdes, tão lindos, tão florestais. Não! Não sei o que me tornei. Talvez, se eu fosse capaz de me definir seria capaz de explicar minhas atitudes.
    Ele não sabia ao certo como sair desta intensa solidão. Uma dor, uma consterna de si mesmo. Não seria capaz de se auto perdoar. A vida não mais se encontraria com as simples manifestações de um viver. A cada segundo seu corpo se desencontrava com o encontro da separação dos fragmentos de sua alma. Alma que não saberia definir na dicotomia de seu ser. Como seria possível caminhar na escolha de seu próprio caminho se a estrada de seus pensamentos não era capaz de guiá-lo na direção de suas verdadeiras dúvidas.
    - não vá!
    - não sei se posso entender suas angustias.
    - não vá! Sua presença me faz ver o que sinto dentro de meu corpo quando falo sobre meus sentimentos. Por favor, não vá!
    - apouco você me pediu para ficar sozinho.
    - não considere o desejo de uma pessoa que não sabe ao certo o que é desejar algo para sua melancólica vida. Como poderei me conhecer se a existência de meu não reflexo estiver ouvindo e criticando a realidade de minhas irrealidades.
    - eu... tenho que ir.
    - mas você estava disposta a me ajudar. O que houve?
    - não foi nada. Apenas tenho que ir. Não posso fazer de sua essência uma realidade para você poder se entender.
    - mas eu preciso de você!
    - não! Você precisa de minha irmã e não de mim.
    - mas...
    - por favor, deixe-me ir.
    - não posso!
    - por quê? Você sabe que a solidão de tua vida é um escape para o encontro de tua alma.
    - não! Você não sabe o que diz.
........
    - será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
    Depois de tantas controvérsias diante de tantas palavras, ele coloca-se diante de seu armário e pega um bilhete. Neste bilhete pode ler o seguinte: “se um dia você pôde ver o real sentimento que deixei prosperar em minhas escolhas, diante da minha ex, então você saberá que o sentimento que tenho por você não passa de uma mentira criada por minha mente. Não posso mais viver uma realidade onde o real é apenas uma ilusão de escolhas e desejos imaginados.” Não pôde se conter diante de tal realidade. Coloca-se de joelho e começa a fazer de suas lagrimas uma brisa de escolhas mal tomadas. O que ele fez com a vida? Por que deixou passar tanto tempo para enxergar o prazer que uma escolha é capaz de destruir? Colocando-se de pé, pega outro bilhete, mas este era diferente. Tinha algo angelical em seu papel. Ao abrir pode ver que se tratava de um passado muito lindo. Um passado onde ele pode viver as experiências mais reveladoras para o seu crescimento pessoal. Leu as seguintes palavras: “Quero olhar a profundeza do inesgotável ser de teus lábios. Quero senti-lo, como um bebê que está a amamentar. Quero tocá-lo, tocá-lo com sentimento da brandura de meu ser. Por favor! Não olhes para o que ignoras! Veja a solidão indo embora, passando por um caminho no qual não mais conhecerei. Um caminho que meus lábios não mais sentirá, não mais tocará, não possuirá como a única paixão existente, mais sim, como o princípio do conhecimento do meu amor.” Pegando um outro bilhete, ele pôde ler: “Bela, a mais perfeita lua do teu anoitecer. Até quando me negaras o conhecer do teu anoitece. Até quando terei que passar caminho por caminhos escuros sem encontrar o seu conhecer. Espero que um dia eu possa olhar para a lua, e lá, poder contemplar o mais perfeito luar criado por teu anoitecer. Espero um dia poder ver o luar dos teus luares, ver o quanto não há luz sem o teu desconhecido anoitecer. Espero que um dia você possa olhar para o seu ser e ver a sua ausência no meu ser, um ser que não consegue caminhar, porque não encontrou o teu anoitecer. Mostra-me o teu belo e inexplicável anoitecer, para quem não consegue ver o desconhecido anoitecer. Espero que um dia vejas que o teu desconhecer, a tornará luz diante do teu anoitecer. Vejas o quanto não consegue ver, quando o brilhar da mais bela luz resplandecer os teus olhos, ò garota luar. Por quê? Por que tanto mistério no teu luar? Por que a lua a faz tão conhecida para os meus sentimentos, e ao mesmo tempo tão desconhecida para o teu anoitecer. Quando? Quando, ò garota luar. Quando brilhará o teu anoitecer para quem nada conhece a respeito do mais belo luar. Porém, sei que teu luar se tornará a mais bela expressão de amor que o anoitecer poderia sentir.” Diante de tantas palavra ele pôde lembrar da pergunta que não conseguiu responder: “Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?.” Antes de parar para pensar na pergunta, resolveu pegar um outro bilhete: “A noite se faz presente. Os pensamentos estão a fluir.  A capacidade se perdeu diante da complexidade de descrever o anoitecer de minhas noites.  O que seriam? Para quem seriam?  Será que o principio de tal pensamento encontra-se na sua mais pura veracidade de paixão?  Não sei!! Será que realmente não sei ou estou a me esconder de meus pensamentos proibidos?  Talvez tenha medo de refletir o proibido que uma consciência pudesse privar.  Talvez o meio em que vivo me faz ser a própria escuridão de minhas noites.  Não sei! Será que posso? Ou seria torturado diante de teus pensamentos? Deverei descrevê-la, ou não mais deverei preocupar-me com as normas de falsas belezas que às vezes costumamos criar? Descrevê-la! Como seria? O que seria? Como poderei descrever a luminosidade de tua pessoa, se tal luz não me deixa enxergar. Como poderei sentir o descrever de teu ser, se não consigo separá-lo do meu. O descrever-te é belo como a pureza das flores. O descrevê-la é simples como o enigma da vida.  O que tu és? É amor, paixão, solidão, tristeza...?  Diga-me, o que tu és?  O inesgotável ser de teu ser?  Noites pensando o que seria o teu eu no teu eu. O pensar estrelado na luminosidade do teu luar me faz ver o quanto a escuridão do meu eu encontra-se com o luar de teu eu.  Quero perder minhas noites pensando na possibilidade de conhecê-la cada vez mais. Na possibilidade de conhecer a grandeza do desconhecido ser de teu ser.  E quem sabe, talvez, possa contemplar a complexidade da discrição de descrevê-la.”
    - Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
....
    - o que foi?
    - nada! Apenas me envolvi em meus pensamentos. Deixo-me levar por caminhos que não sei a real direção.
    - se o seu caminhar não possui direção, logo sua vida não saberá escolher o real sentindo de ser feliz.
    - mas a felicidade é um conjunto de interesse conquistado. Minhas duvidas não se limita a ser feliz ou não, mas sim, a um real conhecimento do que eu sou para minhas próprias duvidas. Sei que a busca da felicidade é algo procurado por muitas pessoas, mas o que eu procura é algo bem mais simples que tal felicidade.
    - então me fale! O que você procura?
    - por que será que é tão difícil se apaixonar e viver esta paixão com todas as forças que um ser humano é capaz de viver? Como saberia sentir o real sentido desta paixão, se não consigo ver a pessoa que diz me amar!!? O que fazer diante de tantas incertezas de escolhas. Se penso que posso escolher o desejo de meu coração, a realidade de minha vida se apresenta na mais pura melancolia de alegria. Se penso que posso sentir os desejos de meus sonhos, a fantasia de meu passado se apresenta diante de meu presente. O que eu devo fazer? Devo olhar para tudo isso e imaginar que uma simples escolha será capaz de resolver todos os problemas de meu coração abatido, ou será que devo perder a confiança de minhas escolhas e tentar viver em um mundo criado por meus desejos?!! Quando eu descobrir que caminho percorrer, farei de minha viaje um passado presente de perspectiva para um lindo futuro. O que você pode fazer por mim? Seria capaz de olhar em meus olhos e dizer o quanto a beleza de meu olhar se faz presente no reflexo de tua beleza. Sei que o meu olhar só é lindo por causa de tua beleza refletida nele, mas de que vale tanta beleza se não posso viver tal realidade de uma forma empírica em meu ser!! Olhe só mais uma vez para mim! Olhe só mais uma vez para o brilho de meu olhar contemplando a tua beleza!! Olhe para mim, como quem nada diz, mas busca sentir o desejo do próprio olhar. Olhe com carinho!! Olhe com mansidão de quem quer bem a pessoa amada! Sei que você nada tem haver com os meus problemas, mas me diga: é justo viver para ser apaixonado e não ser apaixonado na mesma proporção de intenção de querer?! Como pode existir o amor? Como pode existir um amor que transforma uma vida calma em algo tão rebelde diante de tal sentimento. Posso olhar diante do espelho  e dizer: não quero mais me apaixonar, mas tais palavras seriam mentiras diante de uma nova possibilidade de amor. O desejo que se constrói em cada alma sente a necessidade de um encontro dualista diante do próprio eu. Sei que não posso fugir de minha futura paixão, mas sei também, que posso fazer de meus desejos uma eterna busca, onde a única coisa que vou encontrar é o desencontro da paixão na busca de encontrar-se.
    - não entendi! O que você procura? Não posso imaginar a busca de seus desejos na imagem do que penso a seu respeito. Não posso imaginar as possibilidades de suas fantasias. Não posso querer entender a realidade de um sentimento, onde o principal causador se faz presente diante de meu belo olhar. Não posso ver o sentir de suas duvidas se não conhecer o sentimento que perpassa o meu olhar. Não posso ver o que tu queres que eu veja, pois o que eu sinto não é capaz de compartilhar o sentimento de brandura que o teu coração estar disposto a compartilhar com o meu ser. Desculpe-me, mas não posso viver uma ilusão. Não posso....não posso ser a imagem de suas escolhas na castração de meus desejos.
    - sei que minha escolha é uma obsessão de erros criados por meus prazeres. Sei que você nada pode fazer a respeito, mas me responda uma coisa: o que eu posso fazer para senti-la em meus sonhos?
    - se eu falar você vai viver o tormento de seus desejos na realidade de uma eterna busca, onde o encontro nunca se apresentara diante de seu olhar.
    - se você conseguir isto, você será feliz no eterno desencontro de minhas imaginações.
    - será!? Não posso arriscar perder o teu eterno amor! Pois sei que o dia que você encontrar um novo luar, eu nada serei diante de teu olhar.
    - você pode estar certa, mas nunca saberá o real sentido de tal acontecimento.
    - tudo bem! Chega, tenho que ir!
    - não vá! Tenho que sentir o sabor de teus desejos.
    - Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
.......
    - O que foi?
    - não sei dizer!
    - as palavras se pendem quando você se encontra comigo?
    - talvez seja isso. Não consigo falar o que penso quando estou diante de ti!
    - não tenha medo. Quero apenas sentir o ouvir de teu belo falar.
    - tenho algo escrito para ler. Encontrei em meu armário ontem. Pertenceu a uma pessoa muito especial para mim. Ta escrito o seguinte: “Pensar na possibilidade de encontrar-te através das palavras me faz ver a realidade de um mundo incompreensível para minha mente. Faz-me sentir um transportaste inexplicável dor de não tê-la. Porém encontrar-te com as palavras é semelhante à luz em busca de um fim. Um fim que possivelmente não possui, mas se deixa levar pela possibilidade de possuí-lo. Talvez encontrar-te através das palavras me faça pensar o quanto meu ser se limita em busca de escrever-te. O quanto meus membros se encanam quando pensam que tu se faz presente. Porem, encontrar-te através das palavras vai muito alem do que ver a realidade de um mundo incompreensível para minha mente. Encontrar-te através das palavras me faz, não somente ver, mas contemplar uma busca inexplicável de um sentimento que não consegue entender a loucura da pura e verdadeira ilusão de amar-te.”
    - lindas palavras, mas isso não vai resolver a situação!
    - sei disso. O que eu devo fazer então?
    - fale a verdade. Esqueça as palavras. Esqueça as normas de comportamento. Fale o que você realmente sente. Não se importe com os juízos de valor. Então vamos La. Me fale. O que você pensa sob tudo isso?
    - que merda! Ela não me amou. Talvez ela um dia tenha gostado de mim, mas nunca me amou. Estava tão apaixonado por ela, que não consegui ver que ela não tinha um sentimento de ternura diante de meus sentimentos. Fui um imbecil!!! Me deixei levar por uma  nova paixão sem ver o real sentido de todo o contexto.
    - por que você chegou nesta conclusão, que ela não  tinha amor por ti?
    - por saber que ela é capaz de expressar um sentimento de admiração e amor por outras coisas. A timidez dela sempre foi uma desculpa diante da falta de paixão que ela tinha por mim. Como eu fui burro! De que vale viver um relacionamento onde você sabe que a pessoa será fiel a você, mas não existe um sentimento de amor. Às vezes me pergunto se não vale apena ser traído pela pessoa amada, mas saber que um dia esta pessoa soube amar você com toda sinceridade de seu coração. De que vale a mentira amorosa se o amor é apenas um espelho de minha paixão, tentando se encontrar com o amor não correspondido.
    - você a culpa por ela não sentir este sentimento que você tanto gostaria que ela sentisse por você?
    - é claro que não! Mas me culpo por ter levado um relacionamento sem este sentimento. Como fui idiota diante de tudo isso. Procuro sempre tomar cuidado nas decisões que faço, mas dessa vez.....
    - posso ver que você se sente muito chateado diante de tudo isso, mas você não pode deixar este sentimento consumir os seus pensamentos.
    - não sei o que ta acontecendo comigo. Começo a sentir um certo repudio diante da imagem dela. É como se ela olhasse para mim e pudesse falar o quanto eu fui besta diante de minhas escolhas.
    - por que você não fala com ela sob tudo isso. Exponha todo o seu sentimento para fora. Mostre o que ela é diante de seu olhar.
    - não consigo fazer isto. E nem saberia por onde começar!!!
    - comece perguntando a ela o que ela sente por você.
    - não sei!......mas tenho que fazer isto!
    - Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
........
    - oi!
    - oi!
    - o que aconteceu com o nosso relacionamento? O que aconteceu com aquele sentimento que você dizia ter por mim? Todos os momentos bons que nós podemos viver diante de tão belas paisagens! Meu amor! Minha eterna amada! Me fale por favor. O que aconteceu com o seu sentimento? O que aconteceu com o sentir de seu querer olhar o brilho de meu olhar na beleza de sua imagem. Minha vida se consome na idéia de poder reencontrar todos os momentos lindos que nossas almas puderam vivenciar diante de tanta beleza. Me fale! O que aconteceu?
    - não foi nada!
    - como assim não foi nada! Não tenha medo de ser sincera diante de suas escolhas.
    - apenas pude ver que nada existia em meu ser, para que pudéssemos continuar juntos. Não posso me entregar em um relacionamento sem amor por ti. Não posso vivenciar a mesma proporção de entrega que tu tens por mim. Simplesmente não posso.
    - se você soubesse o quanto foi difícil para eu aceitar este sentimento... Gostaria que você lesse esta carta. Encontrei no meu armário.
    - “Ao caminhar pelas ruas da solidão pude encontrar a esperança de uma ilusão criada por minha própria mente. Uma ilusão que poderia ser defina como uma esperança de dor ou talvez uma esperança de magoas. Em fim uma esperança de desespero. Por que tamanha ilusão de palavras descritas por um ser que não sabe ver a realidade de uma paixão? O que é isto? Explique estas palavras? O que? Explicar que palavras? A brandura de um ser que não sabe ver o amor desenvolvido por ele mesmo, não saberá ver o explicável significado   de uma realidade de vida não contemplado por uma simples maneira de amar, porém, se realizará na capacidade de ver tal amor como uma realidade insignificante para sua verdadeira maneira de amar.”
    - o que você achou?
    - não achei nada.
    - como assim não achou nada?!!! Então ta! Leia este outro texto:
    - “As ruas não se encontram. A escuridão está a apresentar-se. Os pássaros estão a esconder-se. As águas estão a agitar-se. A noite se encontra. O que faz minha amada? O que senti minha amada? O que pensa minha amada? Como gostaria de ver a realidade de tuas noites. Como gostaria de contemplar teu ser no mais belo e perfeito sono de brandura. Como o meu ser se realizaria ao ver o resplandecer de teu rosto no mais belo e profundo sono de amor. Como gostaria de sentir o sabor de teus lábios. Ó garota de meu amor! Como seria bom fazer parte do anoitecer de tuas noites, fazendo de teus sonhos uma realidade no invisível de teu próprio ser. Porém, tal hora não se fará presente, pois o amor que tu sentias por mim não mais existe em teu ser.”
    - pode me dizer alguma coisa sob este texto?
    - nada!
    - você não pode dizer nada ou não quer comentar por algum motivo que não queira contar?
    - não quero comentar, é só isso mesmo.
    - então veja este ultimo texto:
    -“Quando olhas para a lua, um brilhar em teus olhos se demonstra diante do reflexo da beleza de teu olhar. Quando olhas para a lua a incapacidade de descrever tamanha beleza se perde na incapacidade de descrever o teu  descrever. Quando olhas para a lua o reflexo de teus olhos se fazem presentes no espelhar do luar daquela noite. Que lua? Tão bela, tão linda, tão iluminada, tão distante, tão sozinha, tão pequena e ao mesmo tempo tão grande. Lua, luar de tuas luas. É belo descrevê-la. É belo vê-la. O reflexo de teu olhar na beleza de tal lua a deixa bela, linda, iluminada e companheira de meu amor, fazendo de teus olhos uma aproximação de dois corpos na sua mais profunda maneira inexplicável de ser. Tu és a lua que existe no luar de teu olhar.”
    - nada a dizer novamente?!!!
    - não!!!!!!
    - não entendo! Tendo demonstrar o meu amor por ti de varias formas e você nem se preocupa em querer ver!!
    - tudo bem! Se você quer saber vou falar. Se você tentar demonstrar algo por mim através de qualquer palavra escrita, você sabe que vai perder o seu tempo. Não sou levada a sentimentos criados por uma mente qualquer. Os seus textos são muito melancólicos. Nunca me causou nenhuma admiração. Não sinto mais nada por você!! Me deixa em paz!!!
    - ..... (momento de silencio)
    - o que foi?
    - sinto vontade de chorar, mas não encontro forças para isso. Pois sei que seu amor por mim nunca existiu. Sei que não posso escorrer em lagrimas por alguém que não soube vivenciar a entrega de minha paixão. Não posso mostrar diante do brilho de teu olhar as lagrimas de minha solidão, pois a vida que um dia você vivenciou ao meu lado não mais existe. A única coisa que posso fazer é pensar na possibilidade de um dia poder ver as lagrimas de minha  solidão sendo acolhidas por alguém que olhe para o brilho de meu olhar e possa me dizer "o quanto é lindo o sabor de teus lábios ao lagrimejar de teu olhar".
.......
    - Será que você saberia escolher a lua como símbolo de amor?
    - não!!!! Pois a paixão não pode se construir na utopia de uma esperança, onde as possibilidades não fazem parte de uma vida com os seus desejos reais. O luar de duas noites será uma lembrança de muitas felicidades e ilusões. Sei que não posso olhar o luar de tuas noites com o meu simples enxergar. Não tenho os atributos necessários para isso. Por isso não saberia escolher a lua como símbolo de amor.

FIM.......

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