quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Madrugada Solitária

          Aqui estou, sozinho junto as luzes do meu quarto. Refletindo sobre a minha triste vida. Sobre todo esse mundo de trevas, sobre todos os meus defeitos, sobre todas as coisas que eu poderia fazer e não faço. Eu realmente não sei qual é o melhor caminho para se seguir. Eu sinto como se eu estivesse completamente perdido neste mundo. Indo mais além, pensamentos estranhos surgem. Seria esse realmente o meu lugar? Será que eu sou deste planeta?  Será que faço parte de um jogo de computador, e o meu controlador está apenas brincando comigo e com meus sentimentos? Eu não sei o que pensar. Mas aqui nesta madrugada, eu tenho meus livres pensamentos, ninguém pode me impedir de pensar, de imaginar, de viajar perante todo o universo, de realizar todas as minhas fantasias psicológicas. Aqui eu estou livre. Aqui eu sou o deus do meu mundo, aqui eu posso mandar em tudo e em todos! Aqui eu posso criar a minha realidade! Talvez seja por isso que eu amo a madrugada. É a fase do dia que mais me atrai, que mais me faz sentir vivo. 
         No entanto, aqui eu estou só. Todos estão dormindo e... eu estou só. Parece que quanto mais poderes nós temos, quanto mais liberdade temos, mais presos ficamos, mais sozinhos ficamos. Na verdade, eu não gostaria de ser deus, é responsabilidade demais. Caso ele exista, eu vejo ele como um ser triste e solitário, que num momento de tédio, criou tudo e a todos. Então, agradeço por ser humano. Mergulhado nesta madrugada solitária, mesmo com a liberdade de pensamento que passo a possuir, surgem os mais obscuros pensamentos. Vazios e sofrimentos. Eu penso em minha vida no modo geral, nos meus sofrimentos. Eu penso no sofrimento de minha querida irmã, que está sofrendo bastante e que faz tempo que não me comunico. Mas hoje eu tive uma boa coisa, eu vi uma pessoa que eu não via há muito tempo, uma pessoa que num passado distante marcou bastante, isso amenizou o meu sofrimento.
         Tudo isso me mata, desgasta a minha alma. A cada dia eu sinto que acordo mais fraco, mais indisposto, com menos vontade para me levantar e viver. Faço as coisas apenas por obrigação, tento ser simpático com as pessoas apenas por obrigação. E eu acabo ficando cansado disso tudo. Eu sei que existem pessoas que se importam comigo, que gostam de mim, eu tenho a consciência disso, isso porque eu uso a razão. Mas o fato de eu ter consciência disso, não quer dizer que eu sinto isso. Uma coisa é saber, outra é sentir. O saber é através da razão, o sentir é através das sensações, ou emoções, como preferirem chamar. E não sentir nada disso, faz nascer a mais profunda solidão dentro de mim, me faz sentir a pessoa mais sozinha deste mundo. E o que acontece quando todas essas sensações se amplificam? Os meus pensamentos suicidas aparecem. Mas graças à razão, eu consigo me controlar perfeitamente. Ela é o meu sistema de defesa, ela que me faz permanecer aqui, que me sustenta. Por isso, eu tenho como objetivo no futuro, como psicólogo, encontrar um meio de livrar o ser humano de todas as suas emoções, de todos os sentimentos, e deixar que a razão seja forte, a nossa mais poderosa arma. Isso nos fará deixar de sermos humanos, mas eu creio que é o único modo de conseguir um mundo perfeito, um mundo sem sofrimento. Então, esse é o meu objetivo: aprender como se manipular a razão perfeitamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...